- Aditivas
e
Indica mera relação de nexo; por isso é comumente suprimida, sem prejuízo para o sentido, em uma série coordenada
nem
Equivale analiticamente a e não. Donde, condena-se a anteposição do e ao nem. Quando o nem não exerce função coordenativa, cabe a construção e nem.
Quando repetido, indica separação de ideias, i.e., conjunção alternativa.
Nem para trás, nem para diante.
Nem, às vezes, desempenha a função adverbial
Nem sempre
Nem tudo é bom
Nem por isso
também
Ele soube, também seria reprovado se não soubesse.
que
Dize-me com quem andas, que te direi quem és.
- Adversativas
mas
Indica adversidade de ideias.
porém
Não tem a mesma força adversativa que mas. Pode vir depois de iniciada a oração, enquanto mas deve, necessariamente, iniciar a oração.
todavia
Tem a mesma significação de contudo, entretanto, no entanto, ainda assim.
E ainda que com estes auxílios o inimigo não levante o cerco, todavia se lhe entorpecem as forças e encurtam as licenças.
contudo
senão
Tem os seguintes significados:
- de outro modo, de outra forma, do contrário
Confessa, senão morres.
- mas sim
Se tal disse, não foi com intuito de ofendê-lo, senão para adverti-lo.
- a não ser, mais do que
Não havia senão mulheres na sala.
Quando não forem esses os sentidos, se e não deverão ser escritos separadamente. Neste caso, o não conserva todo o seu valor de advérbio de negação e o se, unicamente o se, exerce a função de conjunção, que poderá ser substituída por outra conjunção sinônima.
Se não queres, não irei (= Caso não queira, não irei)
Ganhando, se não a cor, o aspecto geral do resto da gente. (= se não ganhando a cor)
aliás
Como advérbio, significa de mais a mais, por outro lado.
Pedido que, aliás, não pude deixar de atender.
Em fevereiro, aliás, em janeiro, fui ao Rio.
Funcionando como conjunção, significa de outro modo.
Estuda, aliás não passarás nos exames.
no entanto
entretanto
ainda assim
- Alternativas
ou
Há entre e e ou a seguinte diferença: A primeira conjunção estabelece ao mesmo tempo a junção de ideias e a junção material de palavras; a conjunção ou, muito pelo contrário, só é um elemento conectivo porque estabelece materialmente a junção de uma oração com outra; materialmente une, mas formalmente desune.
Ou também pode equivaler a isto é.
Aristóteles ou o filósofo de Estagira.
ou... ou
Quando conjunção alternativa, o ou pode vir repetido.
Ou o pai ou o filho morrerá.
já... já; ora... ora; quer... quer; quando... quando; agora... agora; seja... seja
Note-se que a vírgula separa essas orações alternativas.
Ora diz sim, ora diz não.
Quando age deste modo, quando age daquele. (= umas vezes... outras vezes)
- Conclusivas - ou ilativas
logo
Ele bebeu, logo não pode conduzir o carro.
portanto
enfim
conseguintemente
pois
Quando conclusivo, pois é pospositivo.
Perdemos há poucos dias nosso pai; não podemos, pois, participar da festa.
Quando causal, vem no rosto da oração subordinada.
Nenhum castigo mereço, pois nada fiz.
então
Ele nos avisou; devemos então esperá-lo.
por isso
A ortografia oficial adotou a forma analítica para essa conjunção conclusiva
Vou sair, por isso (= portanto) tenha juízo.
por conseguinte
consequentemente
donde, por onde
- Explicativas
São as conjunções que ligam duas orações, explanando ou continuando a segunda o sentido da primeira.
que
porque
ou
isto é
por exemplo
a saber
ou seja
Quando locução conjuntiva, equivale a isto é e é invariável; não se dirá
Dois alqueires, ou sejam, 48 mil metros quadrados.
N.B.: isto é, ou seja, a saber vêm entre vírgulas na oração.
Aprendemos nosso idioma, isto é, fortalecemos o mais sagrado laço de nossa nacionalidade.
verbi gratia
depois
Não empurrei; depois, não estava perto dele no momento da queda.
demais, ademais, ao demais, de mais a mais, demais disso
pois bem
Equivale a está bem, seja assim.
ora
O que é bom é amável; ora, ele é bom, logo é amável.
na verdade
além disso
com efeito
outrossim
Significa ademais, igualmente.
Nada lhe farei; não quero, outrossim, magoar sua família.
Estudos para o CACD
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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Conjunções coordenativas
Conjunções subordinativas
- Integrantes
Conjunções que e se, quando iniciam subordinadas substantivas
que
Quero que estudes
Quero (oração principal)
que estudes (oração subordinada objetiva direta)
Isto depende de que sejas diligente
Isto depende (oração principal)
de que sejas diligente (oração subordinada objetiva indireta)de que sejas diligente (de = o verbo depender é transitivo indireto, e se constrói com a preposição de)
Convém que estudes
Convém (oração principal)
que estudes (oração subordinada substantiva subjetiva)
se
Não sei se ela servirá
Não sei (oração principal)
se ela servirá (oração subordinada objetiva direta)
Quando o verbo for transitivo direto, não é possível colocar entre ele e a subordinada objetiva nenhuma preposição. De modo que configura erro a construção:
Pedimos para que venha.
O estudo faz com que o indivíduo se torne mais apto.
- Causais
São as conjunções subordinativas que ligam duas orações, quais uma depende da outra, como o efeito depende da causa; a que indica o efeito é a principal, e a que representa a causa é a subordinada.
porque
Indica adversidade de ideias.
Dei-lho porque me pediu.
O porque era pelos clássicos empregado também como conjunção final (= para que), levando o verbo para o subjuntivo:
Logo se emboscaram
Porque...
Nos pudessem mandar ao reino escuro.
Luis de Camões
que
Não pôde reter as lágrimas o bom velho, não pôde, que elas vinham de um coração
pois que
Tem a mesma significação de contudo, entretanto, no entanto, ainda assim.
E ainda que com estes auxílios o inimigo não levante o cerco, todavia se lhe entorpecem as forças e encurtam as licenças.
Quando não forem esses os sentidos, se e não deverão ser escritos separadamente. Neste caso, o não conserva todo o seu valor de advérbio de negação e o se, unicamente o se, exerce a função de conjunção, que poderá ser substituída por outra conjunção sinônima.
- Comparativas
Conjunções que introduzem orações equivalentes a adjuntos adverbiais de comparação; servem, pois, para esclarecer um pensamento ou conceito mostrando a semelhança, a igualdade (ou desigualdade), ou aquilo com que outra coisa está ou deixa de estar de acordo.
ou
Há entre e e ou a seguinte diferença: A primeira conjunção estabelece ao mesmo tempo a junção de ideias e a junção material de palavras; a conjunção ou, muito pelo contrário, só é um elemento conectivo porque estabelece materialmente a junção de uma oração com outra; materialmente une, mas formalmente desune.
Ou também pode equivaler a isto é.
Aristóteles ou o filósofo de Estagira.
ou... ou
Quando conjunção alternativa, o ou pode vir repetido.
Ou o pai ou o filho morrerá.
já... já; ora... ora; quer... quer; quando... quando; agora... agora; seja... seja
Note-se que a vírgula separa essas orações alternativas.
Ora diz sim, ora diz não.
Quando age deste modo, quando age daquele. (= umas vezes... outras vezes)
- Conclusivas - ou ilativas
logo
Ele bebeu, logo não pode conduzir o carro.
portanto
enfim
conseguintemente
pois
Quando conclusivo, pois é pospositivo.
Perdemos há poucos dias nosso pai; não podemos, pois, participar da festa.
Quando causal, vem no rosto da oração subordinada.
Nenhum castigo mereço, pois nada fiz.
então
Ele nos avisou; devemos então esperá-lo.
por isso
A ortografia oficial adotou a forma analítica para essa conjunção conclusiva
Vou sair, por isso (= portanto) tenha juízo.
por conseguinte
consequentemente
donde, por onde
- Explicativas
São as conjunções que ligam duas orações, explanando ou continuando a segunda o sentido da primeira.
ou
isto é
por exemplo
a saber
ou seja
Quando locução conjuntiva, equivale a isto é e é invariável; não se dirá
Dois alqueires, ou sejam, 48 mil metros quadrados.
N.B.: isto é, ou seja, a saber vêm entre vírgulas na oração.
Aprendemos nosso idioma, isto é, fortalecemos o mais sagrado laço de nossa nacionalidade.
verbi gratia
depois
Não empurrei; depois, não estava perto dele no momento da queda.
demais, ademais, ao demais, de mais a mais, demais disso
pois bem
Equivale a está bem, seja assim.
ora
O que é bom é amável; ora, ele é bom, logo é amável.
na verdade
além disso
com efeito
outrossim
Significa ademais, igualmente.
Nada lhe farei; não quero, outrossim, magoar sua família.
Conjunção
definição:
conectivo oracional
Gramática Normativa da Língua Portuguesa
vocábulos gramaticais, cuja função é relacionar duas orações ou dois termos semelhantes da mesma oração
Nova Gramática do Português Contemporâneo
Conjunções coordenativas
Relacionam termos ou orações de idêntica função gramatical.
O tempo e a maré não esperam por ninguém.
Ouvi primeiro e falai por derradeiro.
Conjunções subordinativas
Ligam duas orações, uma das quais determina ou completa o sentido da outra [exerce função sintática].
Eram três da tarde quando cheguei às arenas romanas.
Pediram-me que definisse o Arpoador.
Período
definição:
Enunciado de sentido completo, formado por uma ou mais orações.
Oração absoluta
definição:
Oração com sentido completo e vem isolada: período simples.
Orações independentes
definição:
Em período composto por coordenação, i.e., duas orações de sentido completo não isoladas.
Oração interferente
definição:
Formada com verbos como dizer, responder, exclamar, prosseguir, vêm, comumente, entre os membros da outra oração.
Oração subordinada
definição:
Oração que exerce função sintática em outra oração.
N.B.: Eu venho, disse ele: estilo direto
Ele disse que vem: estilo indireto
Locução conjuntiva
por conseguinte
ainda que
salvo se
com tal que
da mesma maneira que
Locuções Coordenativas
- Aditivas
e
nem
também
que
não só... mas também
tanto... como
assim... como
assim... quanto
assim... que
não só... como
não só... porém sim
não só... que também
não só... senão que
não só... senão também
não só... também
- Adversativas
mas
porém
todavia
contudo
senão
aliás
no entanto
entretanto
ainda assim
- Alternativas
ou
ou... ou
já... já
seja... seja
quer... quer
quando... quando
ora... ora
agora... agora
- Conclusivas - introduz oração que conclui a primeira
logo
pois
portanto
enfim
conseguintemente
consequentemente
assim
por fim
então
por isso
por conseguinte
donde
por onde
- Explicativas - introduz oração que esclarece o sentido da primeira
ou
pois
porquanto
porque
isto é
por exemplo
a saber
ou seja
verbi gratia
depois
demais
pois bem
além disso
ademais
ora
com efeito
ao demais
na verdade
outrossim
de mais a mais
demais disso
Locuções Subordinativas
- Integrantes
que
se
- Causais
porque
que
pois que
porquanto
uma vez que
como
já que
por isso que
sendo que
visto que
dado que
desde que
- Comparativas
que (do que)
tal qual (qual)
tanto quanto (quanto)
tão quão (quão)
como (não só como)
tanto como
tão como
- Concessivas
embora
quando
ainda que
posto que
dado que
conquanto
quando mesmo
em que
que
mesmo que
por mais que
seja que... seja que
quer... quer
por menos que
por muito que
por pouco que
se bem que
- Condicionais
se
salvo se
contanto que
a não ser que
com tal que
a menos que
exceto se
caso
sem que
suposto que
- Consecutivas
de tal modo que
tanto que
de tal sorte que
a ponto de
(bebeu de cair)
- Finais - introduz oração que exprime circunstância de fim
para que
a fim de que
porque
que (= para que)
- Temporais
quando
enquanto
que
apenas
logo que
depois que
senão quando
mal
até que
assim que
ao tempo que
desde que
antes que
sempre que
ao passo que
- Proporcionais
quanto mais/menos/maior/menor/melhor/pior
tanto mais/menos/maior/menor/melhor/pior
à medida que
à proporção que
- Conformativas
como
conforme
consoante
segundo
da mesma maneira que
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Lista de Presidentes do Conselho de Ministro - cargo em 1847
Nome | Título nobiliárquico | Investidura | Partido |
Manuel Alves Branco | Visconde de Caravelas | 20 de julho de 1847 | Liberal |
José Carlos Pereira de Almeida Torres | Visconde de Macaé | 8 de março de 1848 | Liberal |
Francisco de Paula Sousa e Melo | — | 31 de maio de 1848 | Liberal |
Pedro de Araújo Lima | Marquês de Olinda | 29 de setembro de 1848 | Conservador |
José da Costa Carvalho | Marquês de Monte Alegre | 6 de outubro de 1849 | Conservador |
Joaquim José Rodrigues Torres | Visconde de Itaboraí | 11 de maio de 1852 | Conservador |
Honório Hermeto Carneiro Leão | Marquês de Paraná | 6 de setembro de 1853 | Conservador |
Luís Alves de Lima e Silva | Duque de Caxias | 3 de setembro de 1856 | Conservador |
Pedro de Araújo Lima | Marquês de Olinda | 4 de maio de 1857 | Conservador |
Antônio Paulino Limpo de Abreu | Visconde de Abaeté | 12 de dezembro de 1858 | Conservador |
Ângelo Moniz da Silva Ferraz | Barão de Uruguaiana | 10 de agosto de 1859 | Conservador |
Luís Alves de Lima e Silva | Duque de Caxias | 2 de março de 1861 | Conservador |
Zacarias de Góis e Vasconcelos | — | 24 de maio de 1862 | Liga Progressista |
Pedro de Araújo Lima | Marquês de Olinda | 30 de maio de 1862 | Liga Progressista |
Zacarias de Góis e Vasconcelos | — | 15 de janeiro de 1864 | Liga Progressista |
Francisco José Furtado | — | 31 de agosto de 1864 | Liberal |
Pedro de Araújo Lima | Marquês de Olinda | 12 de maio de 1865 | Liberal |
Zacarias de Góis e Vasconcelos | — | 3 de agosto de 1866 | Liberal |
Joaquim José Rodrigues Torres | Visconde de Itaboraí | 16 de julho de 1868 | Conservador |
José Antônio Pimenta Bueno | Marquês de São Vicente | 29 de setembro de 1870 | Conservador |
José Maria da Silva Paranhos | Visconde do Rio Branco | 7 de março de 1871 | Conservador |
Luís Alves de Lima e Silva | Duque de Caxias | 25 de junho de 1875 | Conservador |
João Lins Vieira Cansanção de Sinimbu | Visconde de Sinimbu | 5 de janeiro de 1878 | Liberal |
José Antônio Saraiva | — | 28 de março de 1880 | Liberal |
Martinho Álvares da Silva Campos | — | 21 de janeiro de 1882 | Liberal |
João Lustosa da Cunha Paranaguá | Marquês de Paranaguá | 3 de julho de 1882 | Liberal |
Lafayette Rodrigues Pereira | — | 24 de maio de 1883 | Liberal |
Manuel Pinto de Sousa Dantas | — | 6 de junho de 1884 | Liberal |
José Antônio Saraiva | — | 6 de maio de 1885 | Liberal |
João Maurício Wanderley | Barão de Cotejipe | 20 de agosto de 1885 | Conservador |
João Alfredo Correia de Oliveira | — | 10 de março de 1888 | Conservador |
Afonso Celso de Assis Figueiredo | Visconde de Ouro Preto | 7 de junho de 1889 | Liberal |
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Sistema Financeiro Internacional
Sistema Financeiro Internacional
Definição
Sistema Monetário Internacional
Sistema de organização das moedas em nível internacional, pelo qual se dão as trocas de bens serviços e recursos. É composto das seguintes partes:Regime de taxa de câmbio
Mecanismo com que se define o valor de uma moeda em relação às demais.Regime de reservas
Determina quais ativos serão aceitos como reservas pelas autoridades monetárias e serão transferidos em caso de superávits ou déficits.Mecanismo de ajuste
Empregado para manter o equilíbrio do sistemaInstituições
Fundo Monetário Internacional
Criação: Conferência de Bretton Woods, jul/1944Objetivos:
- Supervisão do Sistema Monetário Internacional e da política econômica de seus membros
- Auxílio técnico
- Empréstimo de curto prazo para financiar déficit no balanço de pagamentos
2008: reforma das cotas e compromisso de revisão das cotas para 2011: participação do Brasil sobe de 1,4% para 1,8%, poder de voto do país vai de 18º para 15º; maiores beneficiados: China, Coreia, Índia e Brasil.
Mar/2009: reforma na estrutura de empréstimos: modernização das condicionalidades; nova linha de crédito flexível; duplicação do limite de acesso a empréstimos; aumento de empréstimos a países pobres para estimular o desenvolvimento; decisões tomadas na reunião de 2009 do G – 20 em Londres.
Banco Mundial
BIRD - Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento
AID - Associação Internacional de Desenvolvimento
IFC- Corporação Financeira Internacional
AMGI - Agência Multilateral de Garantia de Investimentos
CIADI - Centro Internacional para Arbitragem de Disputas sobre Investimentos
Banco Internacional de Compensações – BIS
assistência financeira emergencial a Bancos Centrais;
apoio técnico a Bancos Centrais em matéria de arquitetura financeira e supervisão bancária.
Comitê da Basileia de Supervisão Bancária;
Comitê sobre o Sistema Financeiro Global – o Brasil foi passou a fazer parte desse comitê, em 08/12/2009, devido à robustez de seu arcabouço financeiro;
Comitê sobre o Sistema de Pagamento e de Compensação;
Comitê de Mercados – o Brasil também passou a integrar esse comitê em 08/12/2009;
Comitê Irving Fisher de Estatísticas de Bancos Centrais.
Acordo da Basileia I – 1988
Acordo da Basileia II – 2004
Crise financeira, G-20 e Brasil
Causas da crise
- Estouro da bolha imobiliária: crise das subprime: crédito imobiliário;
- Inovações financeiras, especulações, regulamentação inadequada;
- Política de estímulo à demanda agregada pelo FED;
- Remuneração dos gestores de fundos de investimentos;
- Promiscuidade entre ratings e instituições financeiras;
- Especulação no mercado futuro;
- Yuan.
Consequencias
- Depressão econômica mundial;
- Acirramento das disputas políticas – câmbio, tarifas, taxas de juros, regulação financeira, paraísos fiscais.
G-20
- Promover discussão entre governos de economias industriais e de economias emergentes sobre assuntos-chaves relacionados com a estabilidade econômica global.
- Contribuir com o fortalecimento da estrutura financeira internacional.
- Prover oportunidades de diálogo a respeito de políticas domésticas, cooperação internacional, instituições financeiras internacionais.
- Apoiar o desenvolvimento dos países.
África do Sul | Austrália | Coreia do Sul | Indonésia | Reino Unido |
Alemanha | Brasil | Estados Unidos | Itália | Rússia |
Arábia Saudita | Canadá | França | Japão | Turquia |
Argentina | China | Índia | México | UE |
Cúpulas
Londres – abr/2009 e Pittsburg - set /2009
- Reforma do FMI
- Aumento das concessões de crédito
- Falta de coordenação de gastos dos bancos centrais e taxas de câmbio
- Combate a paraísos fiscais;
- Comércio;
- Regulação de mercados;
- Participação de economias emergentes;
- Desenvolvimento;
- Meio ambiente.
sábado, 28 de fevereiro de 2009
Chutando a Escada
Luiz Carlos Bresser-Pereira | |
Folha de S.Paulo, 4.7.2004 | |
As políticas recomendadas por Washington e Nova York são uma reação, geralmente inconsciente, mas nem por isso menos perigosa, das elites econômicas e políticas dos países ricos para fazer frente à competição dos novos países industriais. | |
Quando vemos os países ricos negociarem duramente com os países em desenvolvimento seus interesses comerciais, por que devemos acreditar que em outras circunstâncias, quando se propõem a aconselhá-los sobre como alcançar o desenvolvimento, não estejam na verdade defendendo só seus próprios interesses? Por que é razoável para os países pobres supor que as agências que os países ricos criaram para dar esses conselhos atendam aos seus interesses nacionais, e não aos interesses dos países que de fato as controlam? Alguém poderá sugerir que esses fatos são mera coincidência. Ou que as perguntas não correspondem a fatos. Elas, porém, encontraram resposta extraordinária em livro do professor de economia da Universidade de Cambridge Ha-Joon Chang que acaba de ser publicado no Brasil. Seu título é curioso, "Chutando a Escada" (ed. Unesp), uma expressão que Chang encontrou em Friedrich List. Esse economista, que teve poderosa influência sobre Roberto Simonsen, argumentou, em 1841, contra a adoção de políticas liberalizantes recomendadas pela Inglaterra e a favor de uma política ativa de desenvolvimento, com teses fundamentais para que aquele país, pouco depois, entrasse num acelerado processo de crescimento. Em seu breve mas denso livro, Chang mostra, com um grande número de evidências, que os países ricos, ao proporem um determinado conjunto de políticas e de reformas, estão agindo exatamente da mesma maneira. Naturalmente as práticas são mais sofisticadas e estão amparadas na ortodoxia convencional dominante, mas a lógica é a mesma: trata-se de chutar a escada, criando dificuldades para que os novos países industriais, que surgiram nos anos 70, possam competir com os países industrializados na exportação de produtos com alto valor agregado. Chang distingue as políticas econômicas das instituições. Ele mostra que todos os países, inclusive a Inglaterra e os EUA, usaram de políticas de proteção comercial e de políticas industriais e tecnológicas ativas. As duas únicas possíveis exceções foram a Suíça e a Holanda. E, na grande maioria dos casos, o Estado investiu na infra-estrutura e em setores capital-intensivos. Dessa forma, quando os atuais países desenvolvidos se desenvolveram, usaram de políticas econômicas que agora condenam.
Quanto às instituições, como a garantia da propriedade e dos contratos, o autor mostra, primeiro, que, na época em que os países desenvolvidos se industrializaram, suas respectivas instituições eram muito menos desenvolvidas do que as atuais instituições dos países em desenvolvimento; segundo, que, na verdade, a maioria das instituições que hoje são recomendadas aos países em desenvolvimento foram o resultado, e não a causa, desse desenvolvimento. O livro do professor de Cambridge, entretanto, não critica a política recomendada pelos ricos de crescer com poupança externa através da abertura da conta capital. Embora os países ricos tenham crescido com sua própria poupança, seguindo o lema simples de que "o capital se faz em casa", não hesitam hoje em aconselhar os países em desenvolvimento a se endividarem financeiramente e a disputarem investimentos diretos (endividando-se patrimonialmente), como se estas fossem as duas únicas maneiras de financiar o desenvolvimento. Em conseqüência, os países que adotaram tal política nos anos 90 perderam o necessário controle sobre sua taxa de câmbio e transformaram em consumo a poupança externa recebida. É preciso reconhecer que os países ricos, particularmente os EUA, por um período de 30 anos, após a Segunda Guerra Mundial, baixaram sua guarda e se preocuparam em promover o desenvolvimento das demais nações. Estavam otimistas e se mostraram generosos. A partir dos anos 70, porém, quando surgiram os novos países industriais, essa atitude foi abandonada. Hoje é impossível compreender a onda neoliberal, globalista e Geralmente essa onda ideológica conservadora é explicada como uma luta do mercado contra o Estado (o que facilita a alienação das elites empresariais locais), mas esse é apenas um lado da questão. As políticas recomendadas por Washington e Nova York são principalmente uma forma de chutar a escada ou de puxar o tapete. São uma reação, geralmente inconsciente, mas nem por isso menos perigosa, das elites econômicas e políticas dos países ricos para fazer frente à competição dos novos países industriais. |