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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Conjunções coordenativas

  1. Aditivas

    e

    Indica mera relação de nexo; por isso é comumente suprimida, sem prejuízo para o sentido, em uma série coordenada

     
     

    nem

    Equivale analiticamente a e não. Donde, condena-se a anteposição do e ao nem. Quando o nem não exerce função coordenativa, cabe a construção e nem.

    Quando repetido, indica separação de ideias, i.e., conjunção alternativa.

    Nem para trás, nem para diante.

    Nem, às vezes, desempenha a função adverbial

    Nem sempre

    Nem tudo é bom

    Nem por isso

     
     

    também

    Ele soube, também seria reprovado se não soubesse.

     
     

    que

    Dize-me com quem andas, que te direi quem és.

     
     

  2. Adversativas

    mas

    Indica adversidade de ideias.

     
     

    porém

    Não tem a mesma força adversativa que mas. Pode vir depois de iniciada a oração, enquanto mas deve, necessariamente, iniciar a oração.

     
     

    todavia

    Tem a mesma significação de contudo, entretanto, no entanto, ainda assim.

    E ainda que com estes auxílios o inimigo não levante o cerco, todavia se lhe entorpecem as forças e encurtam as licenças.

     
     

    contudo

     
     

    senão

    Tem os seguintes significados:

    1. de outro modo, de outra forma, do contrário

      Confessa, senão morres.

    2. mas sim

      Se tal disse, não foi com intuito de ofendê-lo, senão para adverti-lo.

    3. a não ser, mais do que

      Não havia senão mulheres na sala.

    Quando não forem esses os sentidos, se e não deverão ser escritos separadamente. Neste caso, o não conserva todo o seu valor de advérbio de negação e o se, unicamente o se, exerce a função de conjunção, que poderá ser substituída por outra conjunção sinônima.

    Se não queres, não irei (= Caso não queira, não irei)

    Ganhando, se não a cor, o aspecto geral do resto da gente. (= se não ganhando a cor)

     
     

    aliás

    Como advérbio, significa de mais a mais, por outro lado.

    Pedido que, aliás, não pude deixar de atender.

    Em fevereiro, aliás, em janeiro, fui ao Rio.

    Funcionando como conjunção, significa de outro modo.

    Estuda, aliás não passarás nos exames.

     
     

    no entanto

     
     

    entretanto

     
     

    ainda assim

     
     

  3. Alternativas

    ou

    Há entre e e ou a seguinte diferença: A primeira conjunção estabelece ao mesmo tempo a junção de ideias e a junção material de palavras; a conjunção ou, muito pelo contrário, só é um elemento conectivo porque estabelece materialmente a junção de uma oração com outra; materialmente une, mas formalmente desune.

     
     

    Ou também pode equivaler a isto é.

    Aristóteles ou o filósofo de Estagira.

     
     

    ou... ou

    Quando conjunção alternativa, o ou pode vir repetido.

    Ou o pai ou o filho morrerá.

     
     

    já... já; ora... ora; quer... quer; quando... quando; agora... agora; seja... seja

    Note-se que a vírgula separa essas orações alternativas.

    Ora diz sim, ora diz não.

    Quando age deste modo, quando age daquele. (= umas vezes... outras vezes)

     
     

  4. Conclusivas - ou ilativas

    logo

    Ele bebeu, logo não pode conduzir o carro.

     
     

    portanto

     
     

    enfim

     
     

    conseguintemente

     
     

    pois

    Quando conclusivo, pois é pospositivo.

    Perdemos há poucos dias nosso pai; não podemos, pois, participar da festa.

    Quando causal, vem no rosto da oração subordinada.

    Nenhum castigo mereço, pois nada fiz.

     
     

    então

    Ele nos avisou; devemos então esperá-lo.

     
     

    por isso

    A ortografia oficial adotou a forma analítica para essa conjunção conclusiva

    Vou sair, por isso (= portanto) tenha juízo.

     
     

    por conseguinte

     
     

    consequentemente

     
     

    donde, por onde

     
     

  5. Explicativas

    São as conjunções que ligam duas orações, explanando ou continuando a segunda o sentido da primeira.

    que

     
     

    porque

     
     

    ou

     
     

    isto é

     
     

    por exemplo

     
     

    a saber

     
     

    ou seja

    Quando locução conjuntiva, equivale a isto é e é invariável; não se dirá

    Dois alqueires, ou sejam, 48 mil metros quadrados.

     
     

    N.B.: isto é, ou seja, a saber vêm entre vírgulas na oração.

    Aprendemos nosso idioma, isto é, fortalecemos o mais sagrado laço de nossa nacionalidade.

     
     

    verbi gratia

     
     

    depois

    Não empurrei; depois, não estava perto dele no momento da queda.

     
     

    demais, ademais, ao demais, de mais a mais, demais disso

     
     

    pois bem

    Equivale a está bem, seja assim.

     
     

    ora

    O que é bom é amável; ora, ele é bom, logo é amável.

     
     

    na verdade

     
     

    além disso

     
     

    com efeito

     
     

    outrossim

    Significa ademais, igualmente.

    Nada lhe farei; não quero, outrossim, magoar sua família.

Conjunções subordinativas

  1. Integrantes

    Conjunções que e se, quando iniciam subordinadas substantivas

    que

    Quero que estudes

    Quero (oração principal)
    que estudes
    (oração subordinada objetiva direta)

     
     

    Isto depende de que sejas diligente

    Isto depende (oração principal)
    de que sejas diligente
    (oração subordinada objetiva indireta)

    de que sejas diligente (de = o verbo depender é transitivo indireto, e se constrói com a preposição de)

     
     

    Convém que estudes

    Convém (oração principal)
    que estudes
    (oração subordinada substantiva subjetiva)

     
     

    se

    Não sei se ela servirá

    Não sei (oração principal)
    se ela servirá
    (oração subordinada objetiva direta)

     
     

    Quando o verbo for transitivo direto, não é possível colocar entre ele e a subordinada objetiva nenhuma preposição. De modo que configura erro a construção:

    Pedimos para que venha.

    O estudo faz com que o indivíduo se torne mais apto.

     
     

  2. Causais

    São as conjunções subordinativas que ligam duas orações, quais uma depende da outra, como o efeito depende da causa; a que indica o efeito é a principal, e a que representa a causa é a subordinada.

     
     

    porque

    Indica adversidade de ideias.

    Dei-lho porque me pediu.

     
     

    O porque era pelos clássicos empregado também como conjunção final (= para que), levando o verbo para o subjuntivo:

    Logo se emboscaram

    Porque...

    Nos pudessem mandar ao reino escuro.

    Luis de Camões

     
     

    que

    Não pôde reter as lágrimas o bom velho, não pôde, que elas vinham de um coração

     
     

    pois que

    Tem a mesma significação de contudo, entretanto, no entanto, ainda assim.

    E ainda que com estes auxílios o inimigo não levante o cerco, todavia se lhe entorpecem as forças e encurtam as licenças.

     
     

    Quando não forem esses os sentidos, se e não deverão ser escritos separadamente. Neste caso, o não conserva todo o seu valor de advérbio de negação e o se, unicamente o se, exerce a função de conjunção, que poderá ser substituída por outra conjunção sinônima.

  3. Comparativas

    Conjunções que introduzem orações equivalentes a adjuntos adverbiais de comparação; servem, pois, para esclarecer um pensamento ou conceito mostrando a semelhança, a igualdade (ou desigualdade), ou aquilo com que outra coisa está ou deixa de estar de acordo.

    ou

    Há entre e e ou a seguinte diferença: A primeira conjunção estabelece ao mesmo tempo a junção de ideias e a junção material de palavras; a conjunção ou, muito pelo contrário, só é um elemento conectivo porque estabelece materialmente a junção de uma oração com outra; materialmente une, mas formalmente desune.

     
     

    Ou também pode equivaler a isto é.

    Aristóteles ou o filósofo de Estagira.

     
     

    ou... ou

    Quando conjunção alternativa, o ou pode vir repetido.

    Ou o pai ou o filho morrerá.

     
     

    já... já; ora... ora; quer... quer; quando... quando; agora... agora; seja... seja

    Note-se que a vírgula separa essas orações alternativas.

    Ora diz sim, ora diz não.

    Quando age deste modo, quando age daquele. (= umas vezes... outras vezes)

     
     

  4. Conclusivas - ou ilativas

    logo

    Ele bebeu, logo não pode conduzir o carro.

     
     

    portanto

     
     

    enfim

     
     

    conseguintemente

     
     

    pois

    Quando conclusivo, pois é pospositivo.

    Perdemos há poucos dias nosso pai; não podemos, pois, participar da festa.

    Quando causal, vem no rosto da oração subordinada.

    Nenhum castigo mereço, pois nada fiz.

     
     

    então

    Ele nos avisou; devemos então esperá-lo.

     
     

    por isso

    A ortografia oficial adotou a forma analítica para essa conjunção conclusiva

    Vou sair, por isso (= portanto) tenha juízo.

     
     

    por conseguinte

     
     

    consequentemente

     
     

    donde, por onde

     
     

  5. Explicativas

    São as conjunções que ligam duas orações, explanando ou continuando a segunda o sentido da primeira.

    ou

     
     

    isto é

     
     

    por exemplo

     
     

    a saber

     
     

    ou seja

    Quando locução conjuntiva, equivale a isto é e é invariável; não se dirá

    Dois alqueires, ou sejam, 48 mil metros quadrados.

     
     

    N.B.: isto é, ou seja, a saber vêm entre vírgulas na oração.

    Aprendemos nosso idioma, isto é, fortalecemos o mais sagrado laço de nossa nacionalidade.

     
     

    verbi gratia

     
     

    depois

    Não empurrei; depois, não estava perto dele no momento da queda.

     
     

    demais, ademais, ao demais, de mais a mais, demais disso

     
     

    pois bem

    Equivale a está bem, seja assim.

     
     

    ora

    O que é bom é amável; ora, ele é bom, logo é amável.

     
     

    na verdade

     
     

    além disso

     
     

    com efeito

     
     

    outrossim

    Significa ademais, igualmente.

    Nada lhe farei; não quero, outrossim, magoar sua família.

Conjunção

definição:

conectivo oracional

Gramática Normativa da Língua Portuguesa

 
 

vocábulos gramaticais, cuja função é relacionar duas orações ou dois termos semelhantes da mesma oração

Nova Gramática do Português Contemporâneo

 
 

Conjunções coordenativas

Relacionam termos ou orações de idêntica função gramatical.

 
 

O tempo e a maré não esperam por ninguém.

Ouvi primeiro e falai por derradeiro.

Conjunções subordinativas

Ligam duas orações, uma das quais determina ou completa o sentido da outra [exerce função sintática].

 
 

Eram três da tarde quando cheguei às arenas romanas.

Pediram-me que definisse o Arpoador.

 
 

Período

definição:

Enunciado de sentido completo, formado por uma ou mais orações.

 
 

Oração absoluta

definição:

Oração com sentido completo e vem isolada: período simples.

 
 

Orações independentes

definição:

Em período composto por coordenação, i.e., duas orações de sentido completo não isoladas.

 
 

Oração interferente

definição:

Formada com verbos como dizer, responder, exclamar, prosseguir, vêm, comumente, entre os membros da outra oração.

 
 

Oração subordinada

definição:

Oração que exerce função sintática em outra oração.

N.B.: Eu venho, disse ele: estilo direto

Ele disse que vem: estilo indireto

 
 

Locução conjuntiva

por conseguinte

ainda que

salvo se

com tal que

da mesma maneira que

Locuções Coordenativas

  1. Aditivas

    e

    nem

    também

    que

    não só... mas também

    tanto... como

    assim... como

    assim... quanto

    assim... que

    não só... como

    não só... porém sim

    não só... que também

    não só... senão que

    não só... senão também

    não só... também

  2. Adversativas

    mas

    porém

    todavia

    contudo

    senão

    aliás

    no entanto

    entretanto

    ainda assim

  3. Alternativas

    ou

    ou... ou

    já... já

    seja... seja

    quer... quer

    quando... quando

    ora... ora

    agora... agora

  4. Conclusivas - introduz oração que conclui a primeira

    logo

    pois

    portanto

    enfim

    conseguintemente

    consequentemente

    assim

    por fim

    então

    por isso

    por conseguinte

    donde

    por onde

  5. Explicativas - introduz oração que esclarece o sentido da primeira

    ou

    pois

    porquanto

    porque

    isto é

    por exemplo

    a saber

    ou seja

    verbi gratia

    depois

    demais

    pois bem

    além disso

    ademais

    ora

    com efeito

    ao demais

    na verdade

    outrossim

    de mais a mais

    demais disso

Locuções Subordinativas

  • Integrantes

    que

    se

  • Causais

    porque

    que

    pois que

    porquanto

    uma vez que

    como

    já que

    por isso que

    sendo que

    visto que

    dado que

    desde que

  • Comparativas

    que (do que)

    tal qual (qual)

    tanto quanto (quanto)

    tão quão (quão)

    como (não só como)

    tanto como

    tão como

  • Concessivas

    embora

    quando

    ainda que

    posto que

    dado que

    conquanto

    quando mesmo

    em que

    que

    mesmo que

    por mais que

    seja que... seja que

    quer... quer

    por menos que

    por muito que

    por pouco que

    se bem que

  • Condicionais

    se

    salvo se

    contanto que

    a não ser que

    com tal que

    a menos que

    exceto se

    caso

    sem que

    suposto que

  • Consecutivas

    de tal modo que

    tanto que

    de tal sorte que

    a ponto de

    (bebeu de cair)

  • Finais - introduz oração que exprime circunstância de fim

    para que

    a fim de que

    porque

    que (= para que)

  • Temporais

    quando

    enquanto

    que

    apenas

    logo que

    depois que

    senão quando

    mal

    até que

    assim que

    ao tempo que

    desde que

    antes que

    sempre que

    ao passo que

  • Proporcionais

    quanto mais/menos/maior/menor/melhor/pior

    tanto mais/menos/maior/menor/melhor/pior

    à medida que

    à proporção que

  • Conformativas

    como

    conforme

    consoante

    segundo

    da mesma maneira que

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Lista de Presidentes do Conselho de Ministro - cargo em 1847

Nome
Título nobiliárquico
Investidura
Partido
Manuel Alves Branco
Visconde de Caravelas
20 de julho de 1847
Liberal
José Carlos Pereira de Almeida Torres
Visconde de Macaé
8 de março de 1848
Liberal
Francisco de Paula Sousa e Melo

31 de maio de 1848
Liberal
Pedro de Araújo Lima
Marquês de Olinda
29 de setembro de 1848
Conservador
José da Costa Carvalho
Marquês de Monte Alegre
6 de outubro de 1849
Conservador
Joaquim José Rodrigues Torres
Visconde de Itaboraí
11 de maio de 1852
Conservador
Honório Hermeto Carneiro Leão
Marquês de Paraná
6 de setembro de 1853
Conservador
Luís Alves de Lima e Silva
Duque de Caxias
3 de setembro de 1856
Conservador
Pedro de Araújo Lima
Marquês de Olinda
4 de maio de 1857
Conservador
Antônio Paulino Limpo de Abreu
Visconde de Abaeté
12 de dezembro de 1858
Conservador
Ângelo Moniz da Silva Ferraz
Barão de Uruguaiana
10 de agosto de 1859
Conservador
Luís Alves de Lima e Silva
Duque de Caxias
2 de março de 1861
Conservador
Zacarias de Góis e Vasconcelos

24 de maio de 1862
Liga Progressista
Pedro de Araújo Lima
Marquês de Olinda
30 de maio de 1862
Liga Progressista
Zacarias de Góis e Vasconcelos

15 de janeiro de 1864
Liga Progressista
Francisco José Furtado

31 de agosto de 1864
Liberal
Pedro de Araújo Lima
Marquês de Olinda
12 de maio de 1865
Liberal
Zacarias de Góis e Vasconcelos

3 de agosto de 1866
Liberal
Joaquim José Rodrigues Torres
Visconde de Itaboraí
16 de julho de 1868
Conservador
José Antônio Pimenta Bueno
Marquês de São Vicente
29 de setembro de 1870
Conservador
José Maria da Silva Paranhos
Visconde do Rio Branco
7 de março de 1871
Conservador
Luís Alves de Lima e Silva
Duque de Caxias
25 de junho de 1875
Conservador
João Lins Vieira Cansanção de Sinimbu
Visconde de Sinimbu
5 de janeiro de 1878
Liberal
José Antônio Saraiva

28 de março de 1880
Liberal
Martinho Álvares da Silva Campos

21 de janeiro de 1882
Liberal
João Lustosa da Cunha Paranaguá
Marquês de Paranaguá
3 de julho de 1882
Liberal
Lafayette Rodrigues Pereira

24 de maio de 1883
Liberal
Manuel Pinto de Sousa Dantas

6 de junho de 1884
Liberal
José Antônio Saraiva

6 de maio de 1885
Liberal
João Maurício Wanderley
Barão de Cotejipe
20 de agosto de 1885
Conservador
João Alfredo Correia de Oliveira

10 de março de 1888
Conservador
Afonso Celso de Assis Figueiredo
Visconde de Ouro Preto
7 de junho de 1889
Liberal

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Sistema Financeiro Internacional

Sistema Financeiro Internacional

Rubrica 16.6 do programa de Política Internacional do Guia de Estudos para o Concurso de Admissão à Carreira Diplomática.

Definição

O Sistema Financeiro Internacional consiste no conjunto de instituições e operações financeiras de repercussão internacional. Os principais agentes são as organizações internacionais, tais como o FMI, o BIS e o BIRD; os órgãos e departamentos governamentais nacionais, como bancos centrais e ministérios de finanças; e as instituições privadas que operam em escala mundial, como bancos e fundos hedge.

Sistema Monetário Internacional

Sistema de organização das moedas em nível internacional, pelo qual se dão as trocas de bens serviços e recursos. É composto das seguintes partes:

Regime de taxa de câmbio

Mecanismo com que se define o valor de uma moeda em relação às demais.

Regime de reservas

Determina quais ativos serão aceitos como reservas pelas autoridades monetárias e serão transferidos em caso de superávits ou déficits.

Mecanismo de ajuste

Empregado para manter o equilíbrio do sistema

Instituições

Fundo Monetário Internacional

Criação: Conferência de Bretton Woods, jul/1944

Objetivos:

  • Supervisão do Sistema Monetário Internacional e da política econômica de seus membros
  • Auxílio técnico
  • Empréstimo de curto prazo para financiar déficit no balanço de pagamentos
Autoridade decisória: Assembleia de Governadores – formada por representantes de cada país.

Sistema de votação: cota-parte – o peso do voto de cada país corresponde ao valor de sua contribuição ao fundo; para se mudar o valor das cotas, é necessário o voto afirmativo de 85% do total.

Moeda: Direitos Especiais de Saque DES ou SDR – para Bancos Centrais apenas; sua cotação é formada pela ponderação do euro, do dólar, da libra e do iene; proposto na reunião do Rio de Janeiro, 1967, implantado em 1981.

O FMI não é um banco de desenvolvimento, i.e., não financia projetos.

Montante disponível para empréstimo: geralmente, um país tem direito de tomar emprestado um valor múltiplo de sua cota; para valores que excedam a cota, o fundo pode estabelecer condições de empréstimo.


Reformas recentes:


  • 2008: reforma das cotas e compromisso de revisão das cotas para 2011: participação do Brasil sobe de 1,4% para 1,8%, poder de voto do país vai de 18º para 15º; maiores beneficiados: China, Coreia, Índia e Brasil.



  • Mar/2009: reforma na estrutura de empréstimos: modernização das condicionalidades; nova linha de crédito flexível; duplicação do limite de acesso a empréstimos; aumento de empréstimos a países pobres para estimular o desenvolvimento; decisões tomadas na reunião de 2009 do G – 20 em Londres.

Banco Mundial

Criação: Conferência de Bretton Woods, jul/1944, como Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento.

Objetivos: combate à pobreza e estímulo ao desenvolvimento, i.e., é um banco de fomento.

Adesão: para tornar-se membro do Banco Mundial, o país deve ser membro do FMI

Autoridade decisória: Assembleia de Governadores – formada por representantes de cada país.

Sistema de votação: cota-parte – o peso do voto de cada país corresponde ao valor de sua contribuição ao fundo

Composição: Liderado pelo BIRD e pela AID, que são duas das cinco instituições que compõem o Grupo Banco Mundial. As cinco instituições estão estreitamente relacionadas e funcionam sob uma única presidência.


  • BIRD - Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento

O BIRD oferece empréstimos e assistência para o desenvolvimento a países de rendas médias com bons antecedentes de crédito.


  • AID - Associação Internacional de Desenvolvimento

Fundo de combate à pobreza. Concentra-se nos países mais pobres, aos quais proporciona empréstimos sem juros e outros serviços. Depende das contribuições de países.


  • IFC- Corporação Financeira Internacional


  • AMGI - Agência Multilateral de Garantia de Investimentos


  • CIADI - Centro Internacional para Arbitragem de Disputas sobre Investimentos

Banco Internacional de Compensações – BIS

Criação: 1930, no contexto do Plano Young para reparações de guerra pagas pela Alemanha; já previa a função de fórum de cooperação internacional para bancos centrais.

Objetivo: promover a estabilidade monetária e financeira internacional, oferecendo


  • assistência financeira emergencial a Bancos Centrais;


  • apoio técnico a Bancos Centrais em matéria de arquitetura financeira e supervisão bancária.

Adesão: possui 56 membros, atualmente

Autoridade decisória: reuniões dos comitês.

Encontros bimestrais de diretores das autoridades monetárias dos países membros para discutir temas monetários e financeiros são realizados para alcançar esses objetivos. Os comitês são:


  • Comitê da Basileia de Supervisão Bancária;


  • Comitê sobre o Sistema Financeiro Global – o Brasil foi passou a fazer parte desse comitê, em 08/12/2009, devido à robustez de seu arcabouço financeiro;


  • Comitê sobre o Sistema de Pagamento e de Compensação;


  • Comitê de Mercados – o Brasil também passou a integrar esse comitê em 08/12/2009;


  • Comitê Irving Fisher de Estatísticas de Bancos Centrais.

Acordo da Basileia I – 1988

Iniciativa do Comitê da Basileia, ratificado por mais de 100 países. Adotado em 1992. O acordo tinha como objetivo impor aos bancos comerciais requerimentos mínimos de capital próprio para cada tipo de investimento, a fim de diminuir o risco de crédito. O acordo previa meio de mensuração do risco de crédito. As medidas acordadas foram insuficientes para impedir as inúmeras falências das instituições financeiras do final da década de 1990 e início dos anos 2000.

Acordo da Basileia II – 2004

Iniciativa do Comitê de Supervisão Bancária. Elaborada para diminuir riscos operacionais dos bancos privados. Estabelecimento de padrões estatísticos para mensuração de risco de crédito, risco operacional e risco de mercado. Possui três pilares: (i) requerimentos de capitais; (ii) supervisão; (iii) transparência e disciplina de mercado.

Crise financeira, G-20 e Brasil

Causas da crise

  • Estouro da bolha imobiliária: crise das subprime: crédito imobiliário;
  • Inovações financeiras, especulações, regulamentação inadequada;
  • Política de estímulo à demanda agregada pelo FED;
  • Remuneração dos gestores de fundos de investimentos;
  • Promiscuidade entre ratings e instituições financeiras;
  • Especulação no mercado futuro;
  • Yuan.

Consequencias

  • Depressão econômica mundial;
  • Acirramento das disputas políticas – câmbio, tarifas, taxas de juros, regulação financeira, paraísos fiscais.

G-20

Fórum informal que reúne um grupo de vinte ministros de finanças e diretores de bancos centrais das maiores economias do mundo.
Criação: Berlim, dezembro de 1999.

O fórum foi criado em resposta às sucessivas crises financeiras do final da década de 1990 e à necessidade de incluir adequadamente os países emergentes no núcleo da discussão e governança econômica internacional. Foi proposto na cúpula do G – 7, em Colônia, em 1999. Com o G – 20, substituíram-se o G – 22 e o G – 33.

Objetivos:

  • Promover discussão entre governos de economias industriais e de economias emergentes sobre assuntos-chaves relacionados com a estabilidade econômica global.
  • Contribuir com o fortalecimento da estrutura financeira internacional.
  • Prover oportunidades de diálogo a respeito de políticas domésticas, cooperação internacional, instituições financeiras internacionais.
  • Apoiar o desenvolvimento dos países.
Membros:

O G – 20 é composto de ministros de finanças e diretores de bancos centrais de 19 países:

África do Sul
Austrália
Coreia do Sul
Indonésia
Reino Unido
Alemanha
Brasil
Estados Unidos
Itália
Rússia
Arábia Saudita
Canadá
França
Japão
Turquia
Argentina
China
Índia
México
UE

A União Europeia é o vigésimo membro do G – 20, sendo representada pela presidência rotativa do Conselho e pelo Banco Central Europeu.

Para assegurar que os fóruns econômicos internacionais e as instituições cooperem, o Diretor-geral do FMI e o Presidente do BIRD, os diretores do Comitê Financeiro e do Comitê de Desenvolvimento do FMI e do BIRD também participam do fórum de forma extra-oficial.

Cúpulas

Londres – abr/2009 e Pittsburg - set /2009

  • Reforma do FMI
  • Aumento das concessões de crédito
  • Falta de coordenação de gastos dos bancos centrais e taxas de câmbio
  • Combate a paraísos fiscais;
  • Comércio;
  • Regulação de mercados;
  • Participação de economias emergentes;
  • Desenvolvimento;
  • Meio ambiente.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Chutando a Escada

 

Luiz Carlos Bresser-Pereira 

Folha de S.Paulo, 4.7.2004

As políticas recomendadas por Washington e Nova York são uma reação, geralmente inconsciente, mas nem por isso menos perigosa, das elites econômicas e políticas dos países ricos para fazer frente à competição dos novos países industriais.

Quando vemos os países ricos negociarem duramente com os países em desenvolvimento seus interesses comerciais, por que devemos acreditar que em outras circunstâncias, quando se propõem a aconselhá-los sobre como alcançar o desenvolvimento, não estejam na verdade defendendo só seus próprios interesses? Por que é razoável para os países pobres supor que as agências que os países ricos criaram para dar esses conselhos atendam aos seus interesses nacionais, e não aos interesses dos países que de fato as controlam?
Alguém poderá dizer que essas perguntas são impertinentes. Como, porém, é possível compreender que, enquanto o Brasil não aceitava esses conselhos, de 1930 até 1980, desenvolveu-se de forma extraordinária e parou de crescer desde que passou a aceitá-los? Ou como explicar que um grupo de países asiáticos tem experimentado um extraordinário desenvolvimento na medida em que adota reformas capitalistas, mas não as reformas que os países ricos aconselham, por meio do FMI e do Banco Mundial?

Alguém poderá sugerir que esses fatos são mera coincidência. Ou que as perguntas não correspondem a fatos. Elas, porém, encontraram resposta extraordinária em livro do professor de economia da Universidade de Cambridge Ha-Joon Chang que acaba de ser publicado no Brasil. Seu título é curioso, "Chutando a Escada" (ed. Unesp), uma expressão que Chang encontrou em Friedrich List. Esse economista, que teve poderosa influência sobre Roberto Simonsen, argumentou, em 1841, contra a adoção de políticas liberalizantes recomendadas pela Inglaterra e a favor de uma política ativa de desenvolvimento, com teses fundamentais para que aquele país, pouco depois, entrasse num acelerado processo de crescimento.
O grande economista alemão afirmou e demonstrou com exemplos históricos que os países que primeiro logravam se desenvolver "chutavam a escada" ou "puxavam o tapete", para impedir que os demais países os seguissem e lhes fizessem concorrência. A Inglaterra, em relação a suas colônias (ou às semicolônias, como foi o caso do Brasil em 1810), teve nesse sentido uma política muito clara, que, no limite, visava impedir que o outro país se industrializasse.

Em seu breve mas denso livro, Chang mostra, com um grande número de evidências, que os países ricos, ao proporem um determinado conjunto de políticas e de reformas, estão agindo exatamente da mesma maneira. Naturalmente as práticas são mais sofisticadas e estão amparadas na ortodoxia convencional dominante, mas a lógica é a mesma: trata-se de chutar a escada, criando dificuldades para que os novos países industriais, que surgiram nos anos 70, possam competir com os países industrializados na exportação de produtos com alto valor agregado.

Chang distingue as políticas econômicas das instituições. Ele mostra que todos os países, inclusive a Inglaterra e os EUA, usaram de políticas de proteção comercial e de políticas industriais e tecnológicas ativas. As duas únicas possíveis exceções foram a Suíça e a Holanda. E, na grande maioria dos casos, o Estado investiu na infra-estrutura e em setores capital-intensivos. Dessa forma, quando os atuais países desenvolvidos se desenvolveram, usaram de políticas econômicas que agora condenam.
 


 

As políticas recomendadas por Washington e Nova York são principalmente uma forma de puxar o tapete

 

Quanto às instituições, como a garantia da propriedade e dos contratos, o autor mostra, primeiro, que, na época em que os países desenvolvidos se industrializaram, suas respectivas instituições eram muito menos desenvolvidas do que as atuais instituições dos países em desenvolvimento; segundo, que, na verdade, a maioria das instituições que hoje são recomendadas aos países em desenvolvimento foram o resultado, e não a causa, desse desenvolvimento.

O livro do professor de Cambridge, entretanto, não critica a política recomendada pelos ricos de crescer com poupança externa através da abertura da conta capital. Embora os países ricos tenham crescido com sua própria poupança, seguindo o lema simples de que "o capital se faz em casa", não hesitam hoje em aconselhar os países em desenvolvimento a se endividarem financeiramente e a disputarem investimentos diretos (endividando-se patrimonialmente), como se estas fossem as duas únicas maneiras de financiar o desenvolvimento. Em conseqüência, os países que adotaram tal política nos anos 90 perderam o necessário controle sobre sua taxa de câmbio e transformaram em consumo a poupança externa recebida.

É preciso reconhecer que os países ricos, particularmente os EUA, por um período de 30 anos, após a Segunda Guerra Mundial, baixaram sua guarda e se preocuparam em promover o desenvolvimento das demais nações. Estavam otimistas e se mostraram generosos. A partir dos anos 70, porém, quando surgiram os novos países industriais, essa atitude foi abandonada. Hoje é impossível compreender a onda neoliberal, globalista e
"dependentista" que então se iniciou sem levar em conta essa mudança.

Geralmente essa onda ideológica conservadora é explicada como uma luta do mercado contra o Estado (o que facilita a alienação das elites empresariais locais), mas esse é apenas um lado da questão. As políticas recomendadas por Washington e Nova York são principalmente uma forma de chutar a escada ou de puxar o tapete. São uma reação, geralmente inconsciente, mas nem por isso menos perigosa, das elites econômicas e políticas dos países ricos para fazer frente à competição dos novos países industriais.